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Movimentos sociais

O Neoliberalismo, a criminalidade violenta, a mídia e segurança pública

“Se o país não for prá cada um / Pode estar certo / Não vai ser prá nenhum…” (Samuel Rosa)

Por George Matos* via Viomundo

Sei que volta e meia o tema Segurança Pública retorna ao centro do debate político-midiático. Principalmente após o acontecimento de uma “tragédia” — aqui tomada não na concepção grega, como algo inevitável, a exemplo do Mito de Édipo, mas como algo de grande horror — de grande repercussão nacional, como foi o caso ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, onde o jovem Wellington Oliveira, esquizofrênico, vítima de bullying na infância e adolescência, assassinou diversas crianças, quase todas do sexo feminino. Read More

Por Vladimir Pinheiro Safatle via Folha de São Paulo

É possível que, em algum momento na história do Exército brasileiro, ter senso de humor tenha sido condição para integrar suas fileiras.

Era bom ter um tipo de humor típico dos desenhos animados em que a raposa persegue sua presa e acaba não percebendo que o chão acabou.

Ela continua correndo, mas no ar. Todos veem que seus movimentos são irreais, menos a raposa. Até o momento em que a farsa não tem como continuar e a raposa cai. Read More

Fernando Haddad Ministro da Educação

por Camila Campanerut

UOL Notícias via Bol

Os vídeos do kit gay que causaram polêmica e levaram o governo a suspender o material já eram públicos e estariam aprovados, inclusive pelo MEC (Ministério da Educação), de acordo com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

“O ministério da Educação está sendo covarde. Não pode chegar agora e pegar um material feito por entidades parceiras e dizer que acha que partes dele precisariam ser mudadas. É claro que está em jogo o Palocci. Ele [o ministro Fernando Haddad] foi obrigado a recuar” Read More

Por Marcelo Rubens Paiva via OESP

Como comentou uma leitora, Natália, no post anterior:

Cara, acho tão engraçada essa mania das pessoas de falarem com orgulho que são “politicamente incorretas” quando dizem absurdos… o sujeito vem, fala um monte de merda e diz que faz isso porque é inteligente (é um livre pensador, não segue o pensamento burro e dirigido das massas, etc) e porque não liga de ser “politicamente incorreto” porque afinal esse é o certo, a sociedade de hoje que está deturpada.

Eu tinha pensado na mesma coisa.

O governador e o secretário municipal de segurança reconheceram que tanto a PM quanto a Guarda Municipal exageraram na repressão à MARCHA DA MACONHA, que virou MARCHA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Alckmin chegou a dizer que não compactua com a ação da PM na Marcha.

Mas muitos leitores e alguns blogueiros continuam achando que o certo mesmo era enfiar o cacete nos manifestantes.

PMs que tiraram a identificação apra bater numa boa

PMs que tiraram a identificação, para baterem numa boa.

A onda agora é ser bem REAÇA.

Se é humorista, e uma piada ultrapassa o limite do bom gosto, diz ser adepto do ideal do politicamente incorreto.

Que babaca é fazer censura contra intolerância. Read More


Atacar defendendo é a essência do nascimento da forma de combate ocidental. A fileira cerrada de escudos originada na Grécia Antiga em combates de “recontro”, isto é, choques de grupo organizado contra grupo igualmente organizado, e depois de grupo organizado contra os “bárbaros”, aqueles que ainda conheciam apenas uma forma de combate ritualizado e desconheciam o massacre. De algum modo misterioso esta cena se repete nas avenidas da cidade em todos os atos e manifestações públicas.

Hoje como no passado mais remoto a Polícia Militar sabe da força descomunal que possui ante populares ou movimentos sociais desarmados em manifestação, mesmo assim não hesita em massacrar anonimamente, sem qualquer identificação, com o máximo de violência quem não pode sequer esboçar defesa.

Da falange hoplita à fileira da Tropa de Choque, onde ontem eram lanças e hoje são cacetetes batendo nos escudos, ainda ecoa o mesmo ruído,o de uma sociedade violentamente desigual no uso da força.

Manifestação em Madri

Por  Leonardo Sakamoto via Blog do Sakamoto

Muitos representantes políticos não entendem como manifestações que recentemente ocorreram pelo país e pelo mundo não foram organizadas por partidos e associações políticas, mas sim em um processo descentralizado. Que brotou espontaneamente a partir da insatisfação popular tanto à persistência de problemas existentes quanto aos tipos de  soluções que vêm sendo dadas pelos representantes políticos a esses problemas. Read More

Muitos professores e alunos se revoltam contra a revolta das funcionárias da limpeza que despontou em algumas das unidades da USP, após a empresa dar um calote horroroso em seus parcos salários. Nenhum destes quer saber se estes funcionários e funcionárias vão receber.

A reitoria quer empurrar a responsabilidade para a empresa. Esta empurrou para a faculdade e ninguém quer assumir quem vai pagar. Não querem aumento de salário, o que seria justo pois recebem pelo piso nacional e não estadual para prestação de serviço terceirizado, mas querem apenas receber o que trabalharam e não foi pago. Read More

 
Extra ! Extra !
Parem as prensas, pare a imprensa !
Confiram mais um furo do nosso bolog.

Eis que sabendo da questão de nossos funcionários da limpeza que
protagonizam a dita revolta das vassouras, nada menos que Carlos
Drummond de Andrade, diretamente de uma mesa espírita manda texto
em apoio à greve dos faxineiros da USP.

Vejam vocês o brilho e a clareza do mestre :

CONVERSA COM O FAXINEIRO

Amigo faxineiro, mais paciência.
Você não pode fazer greve.
Não lhe falaram isto, pela voz
do seu prudente sindicato?
Que você é terceirizado e
não sabe que sua pá de lixo
é essencial a pesquisa científica nacional?

A lei o diz (decreto-lei que
nem sei se pode assim chamar-se,
em todo caso papel forte,
papel assustador). Tome cuidado,
faxineiro camarada, e pegue a pá,
me remova depressa este monturo
que ofende a minha vista e o meu olfato.

Você já pensou que descalabro,
que injustiça ao nosso status butantãnico, paulistânico,
pinheirense,
madalênico,
se as calçadas da reitoria, da FEA e outras conspícuas
vias de alto coturno continuarem
repletas de pacotes, latões e sacos plásticos
(estes, embora azuis), anunciando
uma outra e feia festa: a da decomposição
mor das coisas do nosso tempo,
orgulhoso de técnica e de cleaning?
.
Ah, que feio, meu querido,
essa irmanar de ruas, avenidas,
laboratórios, faculdades, praças e betesgas e tatatá
da nossa USP tão precisa
e tão compartimentada socialmente,
na mesma chave do perfume intenso do Pinheiros
que Lanvin jamais assinaria!

Veja você, meu caro irrefletido:
a Rua Cata-Piolho, em Deus-me-livre,
equiparada à Rua da Reitoria
(ou esta àquela)
por idêntico cheiro e as mesmas moscas
sartrianamente varejando,
os restos tão diversos uns dos outros,
como se até nos restos não houvesse
a diferença que vai do lixo ao luxo!

Há lixo e lixo, meu faxineiro.
O lixo comercial é bem distinto
do lixo acadêmico, e este, complexo,
oferece os mais vários atrativos
a quem sequer tem lixo a jogar fora.
Ouço falar que tudo se resume
em você ganhar um pouco mais
de mínimos salários.
Ora essa, rapaz: já não lhe basta
ser o confiscável serviçal
a que a USP confere a alta missão
de sumir com seus podres, contribuindo
para que nossa imagem se redobre
de graças mil sob este céu de anil?

Vamos, aperte mais o cinto,
se o tiver (barbante mesmo serve)
e pense na universidade, nos seus mitos
que cumpre manter asseados e luzidos.

Não me faça mais greve, irmão-faxineiro.
Eu sei que há pouco pão e muita pá,
e nem sempre ou jamais se encontram dólares,
jóias, letras de câmbio e outros milagres
neste pântano do butantã.

E daí? Você tem a ginga, o molejo necessários
para tirar de letra um samba caprichado
naqueles comerciais de televisão,
e ganhar com isto o seu cachê
fazendo frente ao torniquete
da inflação.

Pelo que, prezadíssimo faxineiro,
estamos conversados e entendidos:
você já sabe que é essencial
à pesquisa nacional
e, por que não, à educação multinacional.
 

“Estou em liberdade, mas não sei o que está por trás das inimizades fabricadas durante o processo”, afirmou

Suzana Vier, Rede Brasil Atual

São Paulo – Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, foi absolvido em júri popular no final da tarde desta terça-feira (5), segundo dia de julgamento, no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista. A decisão foi anunciada depois de o promotor Roberto Tardelli, responsável pela acusação, ter defendido a inocência do líder do movimento de moradia, classificando como “temerária” sua condenação. Read More

I — “Formação de condutores – Poderia se esboçar uma constelação em torno do automóvel. A mimese entre o produtor e o produzido não se efetiva de maneira expressivista, mas permanece como ruído entre os olhos dos faróis – onde a identidade se escamoteia é onde ela se perverte. Os dentes cerrados com o rosnado. Os gases poluentes da digestão óleo-orgânica. Os ouvidos, vidros fechados, o som ligado na consciência solitária moldada pelo estacionamento. Todos os sentidos em operação, todos os membros da engrenagem do corpo. O gosto da velocidade – olha a hora! Read More

Valéria Nader* e Gabriel Brito**Correio da Cidadania

No que já se tornou uma regra, o verão brasileiro mais uma vez foi permeado por desastres oriundos de chuvas. Chuvas e catástrofes são praticamente sinônimas nestes tristes trópicos. Em São Paulo, maior metrópole do país, a espiral de problemas trazidos pelas chuvas tem tornado a cidade cada vez mais insustentável, bastando alguns minutos de chuva para deixar de funcionar. Read More

Guilherme Balza – do UOL Notícias (24.fev.2011)

A Prefeitura de São Paulo justificou o aumento da tarifa de ônibus com base em preço de diesel superior à média comercializada no mercado. O reajuste, de R$ 2,70 para R$ 3 (11,1%), foi decretado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em dezembro passado e entrou em vigor em 5 de janeiro deste ano. Read More

Marcela Fonseca – do Metro News (21.fev.2011)

Os vereadores do PT Juliana Cardoso, José Américo Dias e Antonio Donato devem protocolar hoje uma representação junto à Corregedoria da Polícia Militar contra os policiais militares que, na quinta-feira,17, agrediram manifestantes que protestavam em frente do prédio da Prefeitura contra o aumento da tarifa do ônibus municipal. Pelo menos dez pessoas ficaram feridas no confronto. Read More

Brasão de armas da PM de SPaulo

As cenas de repressão descabida registradas na sexta-feira última (18.fev) pela Polícia Militar de São Paulo contra jovens que manifestavam contra o aumento da tarifa do ônibus, longe de ser um fato isolado fazem parte da paisagem da capital e deste estado como um todo. Toda vez que a PM se defronta com movimentos sociais ou manifestações espontâneas da população, é raro não acabar em violência ou, para usar um eufemismo da mídia, uso excessivo da força. Mas, afinal de contas, por que isso acontece com tanta frequência em São Paulo? Uma boa forma de entendermos esse mais de força, mais de violência é olhar para o brasão da PM paulista, compreender sua gênese e o que ele representa.

Apesar de ter surgido de outras instituições, primeiro como uma milícia de São Paulo que lutou contra levantes e insubordinação de pobres pelo país, a polícia militar representa o orgulho das classes alta e média paulistanas em ter uma organização cujo currículo consiste basicamente na repressão de gente mais fraca e, principalmente, perseguir e, às vezes, eliminar civis e insubordinados para garantir-se como a fundação sangrenta da ordem paulista onde os fortes batem nos fracos, que são maioria. Read More

Silvia Beatriz Adoue * – da Revista Espaço Acadêmico (19.fev.2011)

“Eu quero ser o biscoito fino que um dia o povo há de comer.” (Oswald de Andrade)

Quando Lula, após ter vencido o segundo turno das eleições, no discurso da avenida Paulista lembrou de tantos intelectuais que participaram da construção do PT e “esqueceu” de Florestan Fernandes, eu, postada de frente para o palco, não achei aquilo uma injustiça, mas um sinal. Após uma década de progressivo afastamento orgânico dos movimentos sociais, que começou com a medida aparentemente administrativa de dissolução dos núcleos de base, e de uma seqüência de abandonos programáticos tendentes a priorizar a atividade política eleitoral em detrimento da organização popular, o PT deixou de ser uma expressão das lutas para ser expressão daquilo que Florestan chamava de “democracia radical”. Às vezes, nem isso. Read More

Da Agência Estado (18.fev.2011)

Os advogados do vereador Ítalo Cardoso, líder da bancada do PT na Câmara Municipal de São Paulo, protocolaram na manhã de hoje um mandado de segurança contra o prefeito Gilberto Kassab (DEM), com pedido de liminar para reverter o reajuste da passagem de ônibus na capital, que subiu de R$ 2,70 para R$ 3 no dia 5 de janeiro. Read More

O líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputado Antonio Mentor, encaminhou, nesta sexta-feira (18/2), ofício ao governador do Estado, Geraldo Alckmin, solicitando urgente instauração de procedimentos administrativos e criminais para que se apure quem deu a ordem para o violento ataque dos policiais militares aos manifestantes que protestavam contra o aumento no preço das passagens de ônibus em frente a sede da Prefeitura de São Paulo, no final da tarde quinta-feira (17/2). Os deputados do PT também querem que sejam identificados os policiais agressores. Read More

Um jovem foi espancado e preso por policiais ao tentar proteger a vereadora Juliana Cardoso (PT) de uma agressão

Michelle Amaral – do Brasil de Fato (18.fev.2011)

O sexto protesto do ano contra o aumento das tarifas dos ônibus municipais em São Paulo, ocorrido nesta quinta-feira (17) foi violentamente reprimido pela Polícia Militar. A manifestação foi realizada em frente à prefeitura, no centro da capital paulista, e teve início às 17h. Read More

Do R7 (17.fev.2011)

Confusão começou depois que estudantes tentaram derrubar bloqueio em frente à Camara

Policiais militares entraram em confronto com estudantes que faziam um protesto contra o aumento da passagem de ônibus para R$ 3,00 e agrediram jornalistas e vereadores que acompanham o ato. A confusão começou depois que os manifestantes tentaram derrubar as grades que isolavam a entrada da Câmara dos Vereadores, no centro de São Paulo. Read More

Guilherme Balza – Do UOL Notícias (17.fev.2011)

Manifestação organizada no final da tarde desta quinta-feira (17) contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo terminou, mais uma vez, em pancadaria. Os manifestantes protestavam em frente à Prefeitura, no centro, quando, por volta de 18h45, policiais militares reprimiram o ato com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. Read More

Do UOL Notícias (17.fev.2011)
Em São Paulo

Pelo menos cinco manifestantes estão acorrentados nas catracas do saguão principal do prédio da Prefeitura de São Paulo, no centro, para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus, que subiu de R$ 2,70 para R$ 3 em janeiro –variação de 11%. Os ativistas integram o Comitê de Luta contra o Aumento, formado por militantes de partidos políticos de esquerda e organizações como o Movimento Passe Livre. Read More

[Para assinaturas e consultas ao Manifesto, dirija-se à coluna lateral do blog]

Dando sequência à proposta de publicarmos textos que tratam da Educação de alguma forma, segue artigo de Vladimir Safatle, professor de Filosofia da USP, que também fala sobre a invasão da USP pela Polícia Militar, quando Serra ainda era governador e, portanto, responsável direto pela PM. O artigo saiu na Folha de São Paulo, em junho do ano passado.

A Universidade não é caso de polícia

Por Vladimir Safatle*

As cenas de batalha campal que vimos nesta semana na Universidade de São Paulo ficarão na memória daqueles que dedicam sua vida a essa instituição. Vários professores, como eu, que nunca participaram de movimento sindical, que sequer foram alguma vez a uma assembleia, veem com estarrecimento a disseminação da crença de que conflitos trabalhistas devam ser resolvidos apelando sistematicamente à polícia. Read More

[Para acessar o Manifesto, ou assiná-lo, ou ver quem já subscreu: ir à coluna lateral deste blog]

Seguimos na busca de mais adesões ao Manifesto, como mencionamos, propusemos uma meta de pelo menos 5.000 assinaturas. Certamente até sexta-feira teremos ultrapassado esse número. Também na sexta-feira passaremos a divulgar oficialmente esse documento, encaminhando-o aos meios de comunicação, juntamente com uma campanha intensa de divulgação pela Internet. No mesmo dia estará disponibilizado aqui um arquivo com cartaz do Manifesto, para impressão.

Assim, a partir de hoje, no sentido de otimizar este espaço, que tão generosamente tem sido visitado por vocês Read More